
sexta-feira, 28 de junho de 2013
quarta-feira, 26 de junho de 2013
Raros Instantes
Contra-luz
Silhueta
Olhos baixos
Lábios em ríctus
Uma lágrima escapulida
O som atenuado
O silêncio que tudo diz
Docemente quebrado
Um vinil na agulha
Daqueles...
sexta-feira, 21 de junho de 2013
quinta-feira, 20 de junho de 2013
O Esvaziamento do Protesto
O mote
era os vinte centavos da passagem em São Paulo. A violência da Polícia Militar
contra os baderneiros da claquete da ultra direita alijada do poder que se
infiltraram na manifestação desencadeou um efeito dominó pelas grandes capitais
do país, que já está se capilarizando para outras cidades de porte médio e até
pequenas, como é o caso da minha Marataízes, no litoral sul do Estado do
Espírito Santo, com agenda de manifestação para o próximo sábado, dia 22 de
junho de 2013.
Não
obstante serem válidas as manifestações – sem, obviamente, a participação de
claquetes encomendadas de baderneiros depredadores do patrimônio público e
privado – o que se tem visto é que elas – as manifestações – eram inicialmente
legítimas, mas estão se transformando numa turba de descontentes sem pauta de
protesto definida, onde vândalos e aproveitadores de ocasião se misturam,
esvaziando a ideia original, que já nasceu confusa, vindo do prefalado aumento
da passagem de ônibus em São Paulo.
A violência que se tem visto não
deveria fazer parte das manifestações e, além disso esvaziar a atenção para a
pauta de protestos que deveria ser mais clara, já há rumores de que as Forças
Armadas estão de prontidão para ajudar a conter os baderneiros.
A situação é preocupante, exige
cautela, e chama a atenção o silêncio das autoridades constituídas, que
assistem a tudo incólumes em seus gabinetes ou residências, torcendo para a
turba voltar logo sua atenção para o circo da competição que antecede o ano de Copa
do Mundo que ocorre em nosso território.
O circo foi bem armado. Só se esqueceram
de convidar os que receberam o pão.
quarta-feira, 19 de junho de 2013
Sol e Flor
O mesmo sol que endurece o barro
É aquele mesmo que derrete a cera
É necessário que se dose a exposição
A flor precisa do sol para que ecloda
Mas secará se for por demais exposta
O sentimento é tal qual uma bela flor
É preciso que se lhe regue, dia a dia
Represar a fonte da água lhe resseca
Mágoas do passado devem por lá ficar
Sob pena de se não deixar abrir a flor
Vivamos o presente sob a luz do sol
Sem deixar que as flores ressequem
E basta regar, mostrar um pouquinho
Para os corações florescerem sadios
E eclodirem a flor como deve ser
Juntos, sãos e felizes
segunda-feira, 17 de junho de 2013
As Manifestações que Tomaram Conta do País - Não tem santos nessa história
O que se tem visto nas ruas de todo o país são manifestações misturadas de gente que, de fato, deseja que se acabe com a corrupção endêmica que assola o Brasil, que quer ver qualidade no ensino e saúde públicas, quer mais segurança, dentre outros deveres de casa que o Governo deveria fazer e, efetivamente, não faz.
Além desses incautos bem intencionados, há claquetes orquestradas pelas viúvas do poder, engendradas pelo PSDB, com o intuito claro de incitar a violência, a balbúrdia, para dar uma sensação de anarquia generalizada, cena que já vimos acontecer no período que antecedeu o Golpe de 64, que alguns ainda chamam de Revolução.
Em Brasília, a Presidente, ou a Presidenta Dilma, como ela exige ser tratada, levou uma vaia homérica no Estádio Mané Garrincha daqueles que estavam num circo onde os que receberam o pão não foram convidados, ou não tinham dinheiro para assistir o espetáculo.
Fato é que não existem santos em nenhum dos lados dessa história, e falo do PT e de Dilma sendo alvo dos protestos e das claquetes organizadas pelo PSDB para os protestos, órfão do poder que está sedento para retornar.
Infelizmente, nosso sistema político-eleitoral-partidário é podre na sua essência e quem quer que esteja sentado em quaisquer das cadeiras do executivo Federal, Estadual ou Municipal tem que “entrar no esquema” para poder governar.
Não foi o PT que inventou o mensalão. Talvez tenha sido criado anteriormente ao PSDB ganhar o lugar-mor da República na era FHC. Fato é que, não obstante as viúvas do poder estarem aproveitando o momento para fazer baderna e dar esse ar de anarquia generalizada, vejo as manifestações como um grito da plebe aos desmandos do poder como um todo, pouco importando o partido que esteja sentado no trono.
Só espero, de coração, que o Exército continue no quartel.
Irreversível
Não querer fechar a porta é uma coisa
Deixar energias por ela vazar é diferente
Se essa energia vazante não tem serventia
É puro desperdício de tempo a insistência
Há portas que dão de cara com muros
Meras paredes intransponíveis de irreflexão
Se o caminho que levam é seco e estéril
É preciso fechar essas portas de uma vez
E de vez, para não mais serem abertas
Se a planta morre, não adianta regá-la mais
Assim se mostram algumas portas abertas
Que precisam e serão por fim cerradas
E a chave será jogada fora
Irreversivelmente
domingo, 16 de junho de 2013
O Poder do Querer
Querer, de fato, é mesmo poder
Desde que, efetivamente, se queira
Quisera poder que o querer ecoasse
E retornasse num uníssono em duo
Em via de mão dupla com trânsito livre
Sem ruídos de comunicação envoltos
Em uma certeza de dúvidas dissonantes
Seria a certeza do que, de fato, se quer
Sem os senões dos porquês e dos “se”
O segredo do querer é uno, indivisível
Basta trocar o “se fosse” pelo fazer
Dois Lobos
Todos têm dois lobos dentro de si
É o tal do Yin e Yang dos orientais
Ou o animalesco versos o socializado
Todo mundo tem um lado mórbido
Ou ainda um viés de fúria incontida
Sendo, ao mesmo tempo, dócil, suave
Há uma lenda indígena que trata disso
Sobre qual dos dois lobos irá sobressair
A reposta é sábia, simples e verdadeira
Sobressairá aquele que alimentarmos
sexta-feira, 14 de junho de 2013
Portas
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Às vezes não se fecha a porta
Apenas pára de convidar a entrar
Mas ela continua aberta
Querendo entrar
Nem precisa bater
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quinta-feira, 13 de junho de 2013
Uma Velha Nova Estrada
Há que haver sentido no caminhar
E o que fica é o que nos fez sentido
Tudo o que deixamos para trás escrito
Vivido, errado, acertando, aprendido
Mas já teremos sentido o suficiente?
Quantos passos mais deveremos dar?
Quão mais bifurcações nos surgirão?
Não se trata mais de bem ou de mal
Mas agora de escolhas sintomáticas
Frutos de ações livremente exercidas
Quiçá eu soubesse por onde trilhar
Essas estradas em ípsilones vários
Viajo ao sabor do vento, liberdade
Queria, contudo, meu ninho de volta
Sentido franco de amor em vontade
São elas, as coisas
que vem do coração
Que darão o tom da escolha do sentido
A ser tomado nessa novel estrada
Preparem seus motores, cavalheiros
E apertem os cintos, pois o piloto surtou
Preparem seus motores, cavalheiros
E apertem os cintos, pois o piloto surtou
quarta-feira, 12 de junho de 2013
12 de Junho - Vaticínios en Español
Pero hoy me callo
No tengo ganas de hablar
Nada - eso es todo lo que me queda
Finos Traços
O passado é um traço
Meu caminho eu faço
Dos senões me desfaço
Forjo o meu peito em aço
Quando o ar me é escasso
Procuro-te, meu espaço
Procuro-te, meu espaço
Prendendo-a como um laço
Estás tu, felicidade a um passo
Não cabe mais o erro crasso
Que me retira do compasso
Volto, pois, ao meu bom traço
Que só eu posso, faço, traço
À minha vida, o meu abraço
sexta-feira, 7 de junho de 2013
Seres Emocionais
Há pessoas que são diferentes
Elas simplesmente o são
Dotadas de uma inteligência
rara
Com uma veia poética aflorada
Vêem o mundo sob um prisma de
alma
Normalmente são fortes, donas
de si
Com respostas firmes e prontas
para tudo
Por vezes, entretanto, são
incompreendidas
E se isso lhes toca fundo e
aflige o emocional
Elas se perdem, se desmontam,
se desarticulam
Podendo chegar ao ponto de se
autodestruírem
Flertando por vezes até mesmo
com o breu terminal
Bom é que possuem uma
capacidade ímpar
De soerguerem-se, de
recuperação
O perigo é quando estão cegas e
perdem o ar
Em picos dentro da linha baixa
da normalidade
São elas sobreviventes sempre
Felizes os que os compreendem
E que desfrutam de seu amor
Que se permitem por eles serem
amados
E que compreendem seus
conflitos
Que entendem seus silêncios
E os amam sem questionamentos
E o amor é assim...
Quando menos se merece
É quando mais dele se precisa
quarta-feira, 5 de junho de 2013
Sons em Cores
Pinto versos em aquarelas de jardins
De olhos bem fechados vejo os tons
As notas saltam, pulam ao meu redor
Cores e tons em harmonia e em paz
Não distingo mais onde cada um está
Se é a cor que para mim canta e dança
Ou o verso que me encanta em cores
Vejo as notas, ouço as cores dançando
Fazendo, criando uma melodia sinestésica
Música para meus olhos e ouvidos inquietos
Abram as cortinas, o show está para começar
Sons de cores, cores de tons em desatino
A criar uma música ímpar, para olhos e ouvidos
Quem puder, que lhe ouça e lhe aprecie
Sinta-a na pele, se também puder
Meus cumprimentos à plateia
Meus cumprimentos à plateia
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