domingo, 27 de janeiro de 2013

OPERAÇÃO DERRAMA - OS INTERESSES ESCUSOS



OPERAÇÃO DERRAMA - OS INTERESSES ESCUSOS

Ronald Mignone

"O Município de Itapemirim não detém "know how" para realizar o trabalho que foi feito pela empresa CMS."

Essa frase é minha, mas pode ser perfeitamente atribuída ao Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo, uma vez que seu cerne - ou seja: a incapacidade dos Municípios do interior em tratar da questão tributária da produção de petróleo - foi objeto de decisão de seu colegiado nesse sentido em dezembro último.

Fato é que há uma confluência de interesses escusos nesse teatro dantesco que se consubstanciou nesse carnaval de prisões desmotivadas, interesses esses que vão desde a sanha desenfreada e sem limites de um irmão de Norma Ayub em prejudicar seu marido, passando pela briga pessoal entre o presidente do TCES com Claudio Salazar, dono da empresa CMS, indo até o desejo de um magistrado em galgar uma cadeira de ministro num tribunal superior em Brasília, querendo pagar de paladino da justiça capixaba. Aliás, dizem até que ele almeja a cadeira do Executivo Estadual nas próximas eleições para Governador.
Somem a isso o interesse da Petrobrás em declarar o que bem entende de sua produção para pagar menos impostos e royalties e dá para começar a entender esse intrincado jogo de interesses por trás dessa pirotecnia toda.

Norma Ayub já foi solta. Aliás, como venho dizendo, sequer deveria ter sido presa, ante a absoluta ausência de provas da prática de qualquer crime, muito menos da absurda alegação de a mesma participar de uma organização criminosa. 

Todos os demais, prefeitos, ex-prefeitos, secretários e ex-secretários, procuradores e ex-procuradores, também têm que ser libertados, pois a situação deles é exatamente igual à de Norma Ayub. Liberdade imediata, então, para Ananias Vieira, Eder Botelho e todos os demais que ainda se encontram injustamente presos!

Como também já asseverei em outros textos, o estado democrático de direito foi duramente atingido com essa operação Derrama. Mais do que um direito, é obrigação da polícia, do Ministério Público e do Tribunal de Contas investigar a contratação da CMS pelas prefeituras, mas há que se preservar os direitos e garantias individuais constitucionalmente estatuídos, pois o que se viu remonta aos tempos dos anos de chumbo, quiçá ao sistema czarista russo.

Então, desembargador Ronaldo Cardoso, já deu...

Como muito bem já disse o Procurador-Geral de Justiça, não há elementos comprobatórios do que absurdamente se alegou contra todos os envolvidos, nem muito menos encontram-se presentes os requisitos que autorizam as prisões provisórias e/ou preventivas dos investigados.

Liberdade para todos já!

TCES - O QUINTO PODER?




TCES - O QUINTO PODER?


Ronald Mignone 




Vou começar a escrever a respeito desse teatro dantesco arquitetado pelo Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo, que deu azo à Operação Derrama, que culminou na prisão de prefeitos, ex-prefeitos e secretários municipais.

Inicio minha escrita dando conta de alguns números: Só no ano de 2003, uma certa empresa produtora de petróleo declarou que a produção dos poços de um determinado município do sul capixaba lhe rendeu a bela quantia de 93 milhões de reais. 
Bacana, né? Anotaram? Então vamos lá...
Por conta do trabalho da empresa CMS (que o Tribunal de Contas do ES sempre aprovou as contratações), o tal município descobriu que a empresa produtora de petróleo, que é motivo de orgulho para os brasileiros, na verdade obteve não apenas 93 milhões em 2003, mas a bagatela de 2 bilhões e pouco de reais, deixando de pagar, com seu "esquecimento" de declarar o que seria correto, um belo montante de royalties, impostos etc.
Daí pode-se fazer diversas ilações para entender as razões dessa "derrama" toda.
Estamos vivendo no Estado do Espírito Santo tempos negros, remontando à época da ditadura, onde não importam as provas (ou, no caso vertente, a absoluta ausência delas), mas sim a simples vontade de de se condenar e execrar publicamente quem contraria intere$$es grandes. 
Deu para começar a entender?
Se não me matarem antes, dentro em breve contarei isso tudo em livro, adiantando uma série de crônicas nas redes sociais, já que TODA a grande mídia é agraciada com gordas verbas publicitárias da tal querida empresa produtora de petróleo e, à toda obviedade, não publicarão nada que contrarie os interesses de tal empresa.
No final, o Estado do Espírito Santo ainda terá que pagar indenizações por danos morais a essas pessoas todas que foram presas por conta dessa hanna (opa! Foi mal, era para escrever gana) toda em querer calar a voz e os atos lícitos - afirmo - de quem estava simplesmente conseguindo cumprir o que a própria lei determina ao agente público: que é tomar atitudes para arrecadar o que de fato lhe é devido de impostos, royalties etc.
O dossiê já está pronto, dando conta desde o início das razões disso tudo estar acontecendo.
Esse teatro todo para acobertar o erro da balança de impostos e royalties é uma vergonha para um Estado que pretende lutar para conservar seu direito.