quarta-feira, 15 de abril de 2020

O SONHO DE UM MENINO



Havia um menino que sonhava
E em seus sonhos ele voava
Se via dentro de mundos mágicos
Interações reais, quase palpáveis
Podia mesmo sentir toques, cheiros
Pesadelos sempre lhe eram raros
Enredos de sonhos sempre se repetiam
Correr e sair voando era o seu favorito
Se viu dentro de guerras, conflitos reais
Conversava em línguas que não domina
(Pelo menos nesse plano...
... que dizem ser real)
Um desses sonhos recorrente era numa caverna
Estava sempre com pessoas familiares
Um ambiente de uma luz tênue alaranjada
As pessoas ali dentro sisudas, caladas
Suponho embrutecidas pelo medo
Pela escassez de conforto e alimento
Fato é que o menino cresceu
Alguns sonhos se foram
Outros, contudo, volta e meia se repetem.
Com seus enredos conhecidos, realísticos
O crescer do menino não lhe retirou os sonhos
Volta e meia eles teimam em aparecer
Tirando-lhe até a vontade de acordar
Viver um sonho real ou sonhar uma nova realidade?
Sonho que se sonha junto assim se transforma
De meros planos, viram algo realmente palpável
Seria isso um paradoxo, um portal entre dois mundos?
Sonhar coisas reais; viver coisas sonhadas?
Felizes os que ainda se permitem sonhar
Sentir os cheiros, as cenas, os diálogos
Viver as interações, trocar energias
Vida que se sonha
Vida que se leva
Jamais se esqueça do tanto
Que a vida é breve