sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

PIG - Os Vendilhões da Pátria





Os veículos que compõem a grande imprensa brasileira não passam de um bando de vendilhões da pátria. 

(Ronald Mignone - 15-dez-2011)

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Wikileaks tira máscara da mídia brasileira e comprova: estão à serviço dos EUA



Aconteceu o que já era de conhecimento dos menos desavisados. A grande imprensa  brasileira foi finalmente desnudada, com tudo comprovado em documentos oficiais e sigilosos. Quem ainda tinha motivos para outorgar credibilidade à estes veículos e seus jornalistas, não tem mais.

Novos documentos vazados pela organização WikiLeaks trazem à tona detalhes e provas da estreita relação do USA com o monopólio dos meios de comunicação no Brasil semicolonial.

Um despacho diplomático de 2005, por exemplo, assinado pelo então cônsul de São Paulo, Patrick Dennis Duddy, narra o encontro em Porto Alegre do então embaixador John Danilovich com representantes do grupo RBS, descrito como "o maior grupo regional de comunicação da América Latina", ligado às organizações Globo. 


O encontro é descrito como "um almoço 'off the record' [cujo teor da conversa não pode ser divulgado], e uma nota complementar do despacho diz: "Nós temos tradicionalmente tido acesso e relações excelentes com o grupo".

Outro despacho diplomático datado de 2005 descreve um encontro entre Danilovich e Abraham Goldstein, líder judeu de São Paulo, no qual a conversa girou em torno de uma campanha de imprensa pró-sionista no monopólio da imprensa no Brasil que antecedesse a Cúpula América do Sul-Países Árabes daquele ano, no que o jornalão O Estado de S.Paulo se prontificou a ajudar, prometendo uma cobertura "positiva" para Israel.

Os documentos revelados pelo WikiLeaks mostram ainda que nomes proeminentes do monopólio da imprensa são sistematicamente convocados por diplomatas ianques para lhes passar informações sobre a política partidária e o cenário econômico da semicolônia ou para ouvir recomendações.
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Um deles é o jornalista William Waack, apresentador de telejornais e de programas de entrevistas das Organizações Globo. Os despachos diplomáticos enviados a Washington pelas representações consulares ianques no Brasil citam três encontros de Waack com emissários da administração do USA. O primeiro deles foi em abril de 2008 (junto com outros jornalistas) com o almirante Philip Cullom, que estava no Brasil para acompanhar exercícios conjuntos entre as marinhas do USA, do Brasil e da Argentina. 

O segundo encontro aconteceu em 2009, quando Waack foi chamado para dar informações sobre as conformações das facções partidárias visando o processo eleitoral de 2010. O terceiro foi em 2010, com o atual embaixador ianque, Thomas Shannon, quando o jornalista novamente abasteceu os ianques com informações detalhadas sobre os então candidatos a gerente da semicolônia Brasil.


Outro nome proeminente muito requisitado pelos ianques é do jornalista Carlos Eduardo Lins da Silva, d'A Folha de S.Paulo. Os documentos revelados pelo WikiLeaks dão conta de quatro participações do jornalista (ou "ex-jornalista e consultor político", como é descrito) em reuniões de brasileiros com representantes da administração ianque: um membro do Departamento de Estado, um senador, o cônsul-geral no Brasil e um secretário para assuntos do hemisfério ocidental. Na pauta, o repasse de informações sobre os partidos eleitoreiros no Brasil e sobre a exploração de petróleo na camada pré-sal.



Fernando Rodrigues, repórter especial de política da Folha de S.Paulo, chegou a dar explicações aos ianques sobre o funcionamento do Tribunal de Contas da União.

Outro assunto que veio à tona com documentos revelados pelo WikiLeaks são os interesses do imperialismo ianque no estado brasileiro do Piauí.

Um documento datado de 2 de fevereiro de 2010 mostra que representantes do USA participaram de uma conferência organizada pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT), na capital Teresina, a fim de requisitar a implementação de obras de infra-estrutura que poderiam favorecer a exploração pelos monopólios ianques das imensas riquezas em matérias-primas do segundo estado mais pobre do Nordeste.

A representante do WikiLeaks no Brasil, a jornalista Natália Viana, adiantou que a organização divulgará em breve milhares de documentos inéditos da diplomacia ianque sobre o Brasil produzidos durante o gerenciamento Lula, incluindo alguns que desnudam a estreita relação do USA com o treinamento do aparato repressivo do velho Estado brasileiro. A ver.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

O Som do Silêncio


Quando não se quer ouvir, nada do que se diga faz diferença. 
Por vezes é até pior; tudo que se diz chega com uma conotação que não tem e que apenas nós a damos.
É como se falássemos em inglês e o interlocutor ouvisse em japonês. 
O amor, o calor, o acalento, o carinho, a certeza e a esperança dão lugar ao medo, à insegurança, à incredulidade, à intolerância, à sensação de solidão e de desamparo. 
Sonhos se despedaçam, os sons se distorcem, a vista embaça. E nada mais parece ter colorido.
Quando se esquece do colorido das outras coisas e fixa-se no cinza e nas cinzas, as palavras sobram e não mais têm serventia; falar já não serve de mais nada quando não se quer ouvir.
Há hora de falar e há hora de calar.
Diante da minha impotência, é chegada a hora de calar.
Recolho-me a mim mesmo.
Só anseio para não acordares demasiado tarde.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Que amor?



Não quero falar de amor
Amor que se sabe infinito
Que se sente, se sonha
Faz-nos levitar

Quero meus pés no chão
Espírito sereno
Sem sustos
Passos firmes

Não vou mais falar de amor
Deixo-o para os poetas
Os verdadeiros
Escrevo apenas pela dor

Falo dele por angústia
Por não me fazer entender
Por ver meu espelho
Refletir dor, solidão

Sonhava com o dia
Que apenas meus olhos
Bastassem para mostrar
O quanto amo

Vejo que ele não chega
Sigo então trôpego, absorto
Em pensamentos tristes
Vagando só, sem rumo

Uma gota, um balde
Um lago, um oceano
Não importa o tanto
Não importa o fato

Vemos o que queremos
Sofremos em demasia
Na maior parte das vezes
Sem razão, sem noção

Não falo mais dele
Dói-me na alma
Vê-lo despedaçado
O caminho é único

Sempre tive certeza
De um lugar guardado
Firme, reto, abençoado
Pensava em ti ao meu lado

Deixo de falar de amor
Falem dele os poetas
Vidas livres, incertas
É só o que me resta

sábado, 29 de outubro de 2011

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O Espelho


Não me olho muito no espelho
E não é porque me ache feio
Apenas não tenho o hábito...
Escovo os dentes, (des)arrumo o cabelo
Não preciso me olhar..
Vez ou outra arranco fios brancos
Aqueles que surgem espetados
Os outros, comportados, os deixo
Por vezes esqueço-me de fazer a barba
Justo por olhar pouco meu reflexo
Reflito sobre esse meu (des)hábito
E não encontro razão aparente
Não é desleixo...
Não é não gostar do que vejo
É simplesmente não ligar
Se não olho, não ligo
Se não ligo, desligo



segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A Morte Lenta


A Morte Lenta

Hoje acordei antes da hora
Mas não quis brindar o sol
Acho que ele se apercebeu disso
Está o dia todo escondidinho

Há dias venho me sentindo ruir
Vendo pedaços meus pelo chão
Fragmentos de minha alma ainda sã
Verdadeiro contraste de tempos passados

Devo ter feridas que não cicatrizam
Por mais que eu me esforce para secá-las
São feridas abertas, que vertem sangue
Sinal claro de que minha alma definha

Meu corpo me dá sinais claros
Minha visão tem andado turva
Vejo pontos negros dançando em minha retina
Meu sorriso, outrora largo, tornou-se raro
Meu corpo sangra

Há passos urgentes que precisam ser dados
Todavia me sinto acorrentado, atado a forças externas
O recomeçar em minha vida depende desses passos
Mas meus pés, minhas pernas, ambos estão imobilizados

O passado é meu inimigo, o tempo é meu algoz
Não sou apenas eu que sofro; quem eu amo também sofre
As cobranças são inevitáveis; os resultados é que contam
Mas o tempo não me dá trégua; ele apenas me tortura...

Estou definhando, sinto isso
Não encontro o norte fixo
Não vejo mais luz no fim do túnel
Minha chama é uma brasa tênue

Sinto-a frágil, a mercê de ventos fortes
Meu coração pulsa devagar
Minha respiração já há muito tempo é curta
Parecem-me sinais claros do escuro

Às vezes anseio fechar os olhos e não mais acordar
Não me sinto mais útil; sinto-me só, sobrando
Soçobrando... à deriva, sem água, sem comida
Não admiro mais a beleza do mar, ele parece me chamar

Há uma linha tênue entre a sanidade e a loucura

Tênue é a vida, certa é a morte.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A Estrada


A Estrada

Não quero ser idealizado
Não quero usar das palavras certas
Não tenho o dom da magia
Nem tenho um cavalo branco
Meus dias às vezes são cinzas
Restos de meus fragmentos
Perdidos, caídos de minha alma
Sou fruto da minha história
Retrato das minhas escolhas
A estrada por vezes é difícil
Já me atiraram muitas pedras
De algumas eu me esquivo
Outras me atingem em cheio
Minha alma sangra
Meu corpo padece
Minha energia se esvai
Meu sorriso é casca
A polpa é lamento
E a vida segue...

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Um pouco menos de hipocrisia



Um pouco menos de hipocrisia


Drauzio Varella
15 de agosto de 2011

O uso de droga ilícita é como a moda: vem e passa. Em 1989, comecei um trabalho voluntário em presídios, que dura até hoje. No Carandiru, naquela época, a moda era injetar cocaína na veia. Os presos vinham pele e osso, com os olhos ictéricos e os braços marcados pelas agulhas e os abscessos causados por elas.

Naquele ano, colhemos amostras de sangue dos 1.492 detentos registrados no programa de visitas íntimas: 17,3% dos homens eram HIV-positivos e 60% estavam infectados pelo vírus da hepatite C.

A partir desses dados começamos um trabalho de prevenção que constava de palestras e vídeos educativos. Lembro que o diretor-geral tentou me convencer da inutilidade da iniciativa: “O senhor está sendo ingênuo. Quem injeta cocaína na veia é irrecuperável, não tem mais nada a perder”.

Estava errado, o resultado foi surpreendente: em 1992, a cocaína injetável foi varrida do mapa, fenômeno que se espalhou pelos outros presídios e pelos becos da periferia de São Paulo. A moda do baque na veia tinha chegado ao fim.

Não havia motivo para comemoração, no entanto: naquele ano, o crack invadiu o Carandiru. Para entender o que se passou é preciso conhecer um pouco da farmacologia da cocaína.

Quando inalada sob a forma de pó, a cocaína é absorvida através da mucosa nasal, penetra os vasos sanguíneos superficiais, cai na circulação e atinge o cérebro. O processo é relativamente lento, a euforia aumenta gradativamente, atinge o pico e diminui até desaparecer.

Injetada na veia, vai direto para o coração, depois para os pulmões, e volta para o coração, de onde será bombeada para o cérebro. O efeito é muito mais rápido e passageiro. A sensação é de um baque de prazer, daí o nome “baque na veia”, experiência muito mais intensa que a obtida por inalação.

Fumada na forma de crack, a droga chega ao cérebro mais depressa do que ao ser injetada na veia, porque não perde tempo na circulação venosa, cai direto no pulmão. Do cachimbo ao cérebro, leva de seis a dez segundos. O efeito é semelhante ao baque da injeção intravenosa, porém, ainda mais rápido e fugaz.

O crack substituiu o baque e se disseminou pela cadeia feito água morro abaixo. Quando um preso negava ser usuário, eu partia do princípio de que mentia. Devo ter cometido pouquíssimas injustiças.

Na segunda metade dos anos 1990, uma das facções que dominavam os presídios se sobrepôs às demais. Seus líderes rapidamente perceberam que os craqueiros criavam obstáculos para a ordem econômica que pretendiam implantar. A solução foi proibir o crack.- A lei é clara: fumou na cadeia, apanha de pau; vendeu, morre.

Ao chegar, o egresso da cracolândia dorme dois ou três dias consecutivos; só acorda para as refeições. Depois desse período, passa alguns dias um pouco agitado, mas aprende a viver sem crack.

A cocaína não é tão aditiva como muitos pensam, se o usuário não tiver acesso a ela ou aos locais onde a consumia ou até entrar em contato com companheiros sob o efeito dela, nada acontece. Ao contrário, a simples visão da droga faz disparar o coração, provoca cólicas intestinais, náuseas e desespero.

Quebrar essa sequência perversa de eventos neuroquímicos não é tão difícil: basta manter o usuário longe do crack.

Vale a pena chegar perto de uma cracolândia para entender como é primária a ideia de que o craqueiro pode decidir em sã consciência o melhor caminho para a sua vida. Com o crack ao alcance da mão, ele é um farrapo automatizado que não tem outro desejo senão conseguir a próxima pedra para o cachimbo.

Veja a hipocrisia: não podemos interná-lo contra a vontade, mas podemos mandá-lo para a cadeia assim que roubar o primeiro celular.

Não seria mais lógico construir clínicas pelo País inteiro com pessoal treinado para lidar com os dependentes? Não sairia mais em conta do que arcar com os custos materiais e sociais da epidemia?

É claro que não sou ingênuo a ponto de imaginar que ao sair desses centros de recuperação o ex-usuário se transformaria em cidadão exemplar. Mas ao menos haveria uma chance. Se continuas-se na sarjeta, que oportunidade teria?

E se, ao ter alta da clínica, recebesse acompanhamento ambulatorial, apoio psicológico e oferta de um trabalho decente desde que se mantivesse de cara limpa documentada por exames periódicos rigorosos, não aumentaria a probabilidade de ficar curado?

Países como a Suíça, que permitiam o uso livre de drogas em espaços públicos, abandonaram a prática ao perceber que a mortalidade aumenta. Nós convivemos com as cracolândias sem poder internar seus habitantes para tratá-los, mas exigimos que a polícia os prenda quando se comportam mal. Existe estratégia mais estúpida?

Na penitenciária feminina, onde eu trabalho hoje, atendo muitas ex-usuárias de crack. Quando lhes pergunto se são a favor da internação compulsória dos dependentes da cracolândia, todas respondem que sim. Nunca encontrei uma que sugerisse o contrário.


Fonte: Revista Carta Capital de 15.08.2011.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Pétalas Verdes






Flor que voa
Enfeita a vista
Arranca um sorriso
Ilumina o dia

Pétalas verdes
Tom de mato
Cor de vida

Voe linda
Voe leve
Voe sempre

Voe
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Foto e texto: Ronald Mignone 

terça-feira, 26 de julho de 2011

O Tempo



O TEMPO

Tempo
Meu tempo
Cedo ou tarde
Eu cedo
Eu luto
Não tardo
Faz tempo
Não tenho tempo
Luta
Interna e externa
De novo o tempo
Que cura
Que impacienta
Que corrói
Que destrói
Que constrói
Que me dói
Que me cura
Tempo
Que não pára
Não dá tempo
Tempo seu
Tempo meu
Tempo nosso
Tempo do mundo
Não tenho mais tempo
É tempo de ação


Há sofrimentos que anestesiam e que levam tempo
Há dores que reverberam no tempo
Há cicatrizes que enevoam o tempo
Mas, como dizia o poeta, o tempo não pára
Há que nos encaixarmos nele
No tempo
Ao seu tempo
E ele não urge
Ele ruge

terça-feira, 12 de julho de 2011

Os 3Loucados


Os 3Loucados (Luciana Fernandes, Ricardo Lemos e Ronald Mignone) no Café da Loja, após apresentação no I Sarau Cultural do Palácio das Águias, em Barra do Itapemirim, Marataízes, ES. 8 de julho de 2011.

(Foto de Ana Raquel Cypriano)

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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Toque do Olhar

Minhas mãos em você
Sua mão sobre a minha
Suavidade e ternura
Gestos de amor
De longe os olhares
Eu vejo você
Você me vê
Amor em ondas
Energia que flui
Sorriso mútuo
Toque do olhar

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Concurso de Fotos do Greenvana


"Besourorgia"


Essa minha foto está participando do concurso de fotos do Greenvana. Basta se logar no Facebook clicar no link abaixo deste texto e curtir a foto lá.
A eleição da foto será feita pela quantidade de "curtir" que cada foto tiver.
Mutirão, hein! Vamos lá!! rsrs


http://www.facebook.com/photo.php?fbid=204507309580801

terça-feira, 19 de abril de 2011

Não compro com quem grita comigo!



















Experimente andar pelas principais avenidas de Marataízes depois das 18 horas e não presenciar um carro de som fazendo propaganda. É um evento raro!
É anúncio de tudo quanto é tipo em alto e bom (?) som: festas (com o nome dos apoiadores veiculados), comércios, bares e restaurantes e até de igrejas.
A ideia da campanha é tentar, de alguma forma, mostrar aos comerciantes a ineficácia desse tipo de anúncio, forçando uma espécie de autorregulação, já que ela não é feita oficialmente.
NÃO compre com quem grita com você!