terça-feira, 12 de junho de 2012

Saudade do amanhã



Não sinto mais o passar dos dias
Ainda que letárgicas as horas
Lentas, mansas como uma brisa 
Em verões quentes, preguiçosa
Espectro do meu próprio existir
Desconectada alma em carne viva
Sou prisioneiro de mim mesmo
Atado ao que ainda não vivi
Vestígios de uma existência
Afinal, tudo é cíclico, vem e vai
Que venha, então, a fria brisa
Que acalme ou apazigue o ser
O querer, o estar, o deixar ir
Vidas que seguem, alheias 
Ao caos, à dor, ao sofrimento
Viver é uma arte, ainda que doa

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Já foi saudade


Sinto saudade de surpresas
De viver tempos de sonhos
Curtir a hora mágica do dia
Respirar fundo, sentir o ar
Sorrir com os olhos fechados
Sorriso franco e espontâneo
Rir à toa do nada e de tudo
Saudades do frio na barriga
De nem mais precisar falar
Bastando sentir um só olhar
Quando as palavram sobram
Sinto saudades do tempo
Tempo que um dia se foi
E também do que não foi
Sinto saudades do que virá

sexta-feira, 8 de junho de 2012

O mar me acalma




O mar me remete a mim mesmo
Vejo o seu cheiro, sinto seu som
Sinestesicamente, desse jeito...
Em dias de mar calmo, me escuto
Vejo o que tenho a dizer de mim
E me falo o que normalmente calo
Faço rabiscos na areia, traços rápidos
Hieroglifos que só mesmo eu entendo
Momentos íntimos, para mim e por mim
É um privilégio poder morar à beira-mar
Giro baixo, fácil. Vida tranquila, serena
Alimento farto para corpos, almas e mentes
Gente inquieta, ávida por sinergia, trocas
O ir e vir das ondas, seu som, seu cheiro
Me inebriam, me hipnotizam irresistivelmente
Sou de um signo de fogo, ele me tranquiliza
Minhas mãos, sempre quentes, suavizam-se
Minha energia em excesso flui, quando lhe toco
Só quem mora junto ao mar entende isso
É como sempre digo:
Quem mora aqui sabe...