segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Que amor?



Não quero falar de amor
Amor que se sabe infinito
Que se sente, se sonha
Faz-nos levitar

Quero meus pés no chão
Espírito sereno
Sem sustos
Passos firmes

Não vou mais falar de amor
Deixo-o para os poetas
Os verdadeiros
Escrevo apenas pela dor

Falo dele por angústia
Por não me fazer entender
Por ver meu espelho
Refletir dor, solidão

Sonhava com o dia
Que apenas meus olhos
Bastassem para mostrar
O quanto amo

Vejo que ele não chega
Sigo então trôpego, absorto
Em pensamentos tristes
Vagando só, sem rumo

Uma gota, um balde
Um lago, um oceano
Não importa o tanto
Não importa o fato

Vemos o que queremos
Sofremos em demasia
Na maior parte das vezes
Sem razão, sem noção

Não falo mais dele
Dói-me na alma
Vê-lo despedaçado
O caminho é único

Sempre tive certeza
De um lugar guardado
Firme, reto, abençoado
Pensava em ti ao meu lado

Deixo de falar de amor
Falem dele os poetas
Vidas livres, incertas
É só o que me resta

2 comentários:

  1. Bom dia Ronaldo,
    Lindo poema
    Apesar de ver como muitas pessoas desperdiçam suas vidas em relacionamentos vazios e inexpressivos, eu acredito SIM que é possível se amar de todo o coração. Acredito por que AMO com a ingenuidade da alma de uma criança e com a paixão de uma eterna amante do amor exclusivo, intenso e verdadeiro. Sei que amor assim só se vive uma vez na vida, poucos têm esse privilégio de amar.
    Olhar nos olhos do outro e sentir amor, beijar e sentir amor, pensar no outro e sentir amor, sonhar em uma vida ao lado do outro e sentir amor, chorar só de falar no outro e sentir amor, respirar e sentir o cheiro do outro, dormir e querer que o outro seja o último a ver e o primeiro ao acordar;
    Olhar para o lado ao acordar e perceber que a pessoa que esta ali com você mesmo que de barba a fazer, com alguns quilinhos a mais ou a menos, sem escovar os dentes ou sem pentear os cabelos e até mesmo se brigou antes de dormir é quem você ama e quer ao seu lado por todos os dias da sua vida.
    Porém aprendi que o amor precisa ser dosado; é como uma via de mão dupla, deve ser cultivado, valorizado, respeitado, leal nos dois lados da via e principalmente deve ser como um dos trecho que recitou em seu poema: Quero meus pés no chão; Espírito sereno; Sem sustos e Passos firmes.

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