terça-feira, 29 de novembro de 2011

O Som do Silêncio


Quando não se quer ouvir, nada do que se diga faz diferença. 
Por vezes é até pior; tudo que se diz chega com uma conotação que não tem e que apenas nós a damos.
É como se falássemos em inglês e o interlocutor ouvisse em japonês. 
O amor, o calor, o acalento, o carinho, a certeza e a esperança dão lugar ao medo, à insegurança, à incredulidade, à intolerância, à sensação de solidão e de desamparo. 
Sonhos se despedaçam, os sons se distorcem, a vista embaça. E nada mais parece ter colorido.
Quando se esquece do colorido das outras coisas e fixa-se no cinza e nas cinzas, as palavras sobram e não mais têm serventia; falar já não serve de mais nada quando não se quer ouvir.
Há hora de falar e há hora de calar.
Diante da minha impotência, é chegada a hora de calar.
Recolho-me a mim mesmo.
Só anseio para não acordares demasiado tarde.

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