sexta-feira, 15 de março de 2019

A Falência do Estado e do Modelo Social Ocidental



"Formar-se, trabalhar, casar e estabelecer uma família". 
Essa fórmula de inserção na sociedade, advinda desde a revolução francesa, não mais está norteando os anseios de uma parcela considerável da juventude.
Os liames sociais que estávamos acostumados, sejam eles familiares, de amizade e até mesmo de relacionamentos amorosos estão desmoronando.
Vários integrantes dessa geração que adolesce hoje possuem outros anseios. Eles querem um ideal, querem fazer parte de algum grupo idealista e se tornarem importantes dentro desse contexto, imaginando que, ao realizarem alguma ação que choque o modelo social atual, isso lhes dará notoriedade, importância e sentido para suas vidas.
E tudo isso para preencher um vácuo existencial que surge junto com a falência desse modelo social que quem nasceu nos anos 60, 70 e 80 para trás estava acostumado.
E esse vácuo existencial está criando verdadeiros loucos, que possuem uma visão distorcida da realidade, onde não mais se encaixam naquele modelo que apregoa que o jovem deve estudar, se formar, trabalhar e montar sua família.
Não. Eles não querem mais isso.
E o Estado não mais consegue determinar diretrizes e políticas que consigam doutrinar e direcionar esses jovens para se amoldarem na antiga fórmula social. 
A escola perdeu sua função primordial de educar, pois esses jovens não querem ser educados por ela.
Eles não sentem que a escola lhes é mais necessária, frente ao universo infindável de informação que a internet lhes proporciona hoje em dia.
Estamos caminhando para uma anarquia cibernética, onde essa nova população que surge não vê mais sentido no Estado da forma como se apresenta hoje.
E o Estado, por seu turno, não colabora em nada para mudar esse cenário, quer por sua ineficiência, quer pela perda de sua credibilidade frente à corrupção endêmica e pela impunidade, quer pela sua incapacidade de atualizar sua atuação diante desse modelo social louco que está surgindo.
Não se espantem se atos como o de Suzano e o de hoje na Nova Zelândia se proliferarem.
Isso será apenas o reflexo disso tudo o que estou meditando e relatando aqui.
Prevejo tempos sombrios.
E isso não é achismo.

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