segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A Morte Lenta


A Morte Lenta

Hoje acordei antes da hora
Mas não quis brindar o sol
Acho que ele se apercebeu disso
Está o dia todo escondidinho

Há dias venho me sentindo ruir
Vendo pedaços meus pelo chão
Fragmentos de minha alma ainda sã
Verdadeiro contraste de tempos passados

Devo ter feridas que não cicatrizam
Por mais que eu me esforce para secá-las
São feridas abertas, que vertem sangue
Sinal claro de que minha alma definha

Meu corpo me dá sinais claros
Minha visão tem andado turva
Vejo pontos negros dançando em minha retina
Meu sorriso, outrora largo, tornou-se raro
Meu corpo sangra

Há passos urgentes que precisam ser dados
Todavia me sinto acorrentado, atado a forças externas
O recomeçar em minha vida depende desses passos
Mas meus pés, minhas pernas, ambos estão imobilizados

O passado é meu inimigo, o tempo é meu algoz
Não sou apenas eu que sofro; quem eu amo também sofre
As cobranças são inevitáveis; os resultados é que contam
Mas o tempo não me dá trégua; ele apenas me tortura...

Estou definhando, sinto isso
Não encontro o norte fixo
Não vejo mais luz no fim do túnel
Minha chama é uma brasa tênue

Sinto-a frágil, a mercê de ventos fortes
Meu coração pulsa devagar
Minha respiração já há muito tempo é curta
Parecem-me sinais claros do escuro

Às vezes anseio fechar os olhos e não mais acordar
Não me sinto mais útil; sinto-me só, sobrando
Soçobrando... à deriva, sem água, sem comida
Não admiro mais a beleza do mar, ele parece me chamar

Há uma linha tênue entre a sanidade e a loucura

Tênue é a vida, certa é a morte.

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