quarta-feira, 25 de maio de 2016

A RELATIVIZAÇÃO DA MORAL E DA ÉTICA


Como é triste constatar que algumas pessoas que fazem parte do seu círculo, ou que você tem algum grau de conhecimento e até admira(va?) o intelecto, possuem uma visão tão tacanha, tão astigmática, tão sectarista, onde quem lhes pensa diferente é taxado de partidário de alguém ou de simpatizante de algum partido político.
É frustrante perceber a relativização que essas mesmas pessoas fazem dos crimes que aparecem nessas conversas agora vazadas, da mesma forma que constato que o conceito de democracia, o respeito que deveriam ter com as instituições e com os direitos e garantias individuais, para eles depende da escolha de um lado polarizado, sendo aceitável ações oportunistas em nome de uma "moralização" do quadro caótico de corrupção que, também para eles, teria sido "criado por apenas um partido de esquerda".
Como bem disse o economista Rene Garcia Junior, "A moral republicana não pode ser vista ou proferida como uma escolha em que o 'meu lado, minha turma, meus compadres' são melhores dos que os outros, porque os meus e as minhas escolhas estão do lado 'certo' e o inimigo imaginário ou real personifica o mal absoluto e portanto deve ser varrido da face da terra".
O emergir dessa visão dessas pessoas a quem me refiro revela a manifestação de um raciocínio que prega a arbitrariedade, onde é possível e aceitável esticar até o limite conceitos básicos de moral e de ética, onde os fins justificariam os meios.
Muito triste isso. Triste para mim, triste para a democracia, triste para a manutenção de um bom convívio social.

Nenhum comentário:

Postar um comentário